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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Underground ou ruim?



“Voce é MESMO UNDERGROUND, ou simplesmente não consegue fazer uma música boa ??”


Essa foi a questão lançada pelo DJ Meme em seu tumblr no dia 14 de julho. O post é bastante confuso, mas traz questões válidas.

Não é de hoje que termos como independente, artístico, autoral e underground são utilizados como muleta para incompetência. O melhor escudo contra críticas é dizer que é tudo proposital, que é opção estética.

Por essência a cena underground é composta por arte marginal, aquela que se desenvolve fora do circuito comercial. Mas convenhamos, em 2010, o termo ainda se aplica? Num mundo onde você pode criar músicas na sua casa e ter uma legião de fãs no Japão sem nunca fazer contato com qualquer empresa do entretenimento, existe underground?

O que acontece é que ser taxado como comercial é pejorativo, é pior do que ser chamado de (insira seu xingamento favorito aqui). Portanto, para ser legal de verdade tem que ser underground e por ser underground vale ser… ruim?

Daí vem sempre um DJ Zézinho dizer que é underground, quando tu vai ver um set do cara ele só toca top10 do Beatport. Parece um amigo que uma vez me disse que tinha uma banda underground e na verdade tocava cover de Pearl Jam.

Eu discordo completamente da visão do Meme de que a música precisa ter um refrão grudento para ser memorável. De que vale uma música vazia com alguém cantando? A questão não é se a música tem letrinha para a galera cantar ou não, a questão é se a música comunica e toca os sentimentos de quem a ouve.

“Não tenha medo de ser comercial…tenha medo é de qualidade ruim”, acho que vale também dizer para não ter medo de ser “underground”.